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Polícia, bombeiros, segurança civil, exército: estas instituições de responsabilidade exclusiva do Estado precisam de redes de comunicação robustas e seguras. As autoridades públicas lançaram um plano de modernização proativo.

Os meios de comunicação dos agentes dos serviços de responsabilidade exclusiva do Estado (polícia, gendarmerie (polícia militar), bombeiros, SAMU, etc.) no campo estão evoluindo, assim como a gama de equipamentos e acessórios à sua disposição para suas intervenções diárias. Acontece que as infraestruturas históricas de comunicação (INPT, ANTARES, ACROPOL, RUBIS, etc.) utilizadas até agora são projetadas principalmente para a comunicação de voz, uma necessidade real, mas cada vez menos suficiente.

“Até agora, as redes PMR (Professional Mobile Radiocommunications) eram redes onde a voz era o principal “dado” a ser comunicado. As necessidades evoluíram, incluindo a necessidade de transportar dados. Nos últimos anos, procurou-se migrar para redes privadas dedicadas 4G a fim de garantir a segurança perfeita dessas comunicações críticas e limitar os riscos de interceptação”, explica Nicolas Le Jean, gerente de negócios da Axians Ingénierie Radio Île-de-France. 

Acelerar a modernização

Com os recentes ataques terroristas, os diversos serviços de segurança pública tomaram consciência da importância de acelerar a modernização das redes. Assim, após os ataques de 2015 em Paris, os serviços da Place Beauvau (Ministério do Interior) lançaram uma iniciativa no final de 2016 com este intuito. 

Unidades de intervenção como o RAID, a BRI e o GIGN possuem agora equipamentos especiais para suas missões.

Esta Rede de Rádio do Futuro (RRF) assentará no desempenho das redes 4G. A primeira etapa desta nova rede foi iniciada através do programa PCSTORM (Plataforma Convergente para Serviços Ultra Rápidos Operacionais Resilientes e Móveis), um programa projetado para garantir a transição das comunicações de campo para o 4G e aumentar a velocidade para facilitar o uso de aplicativos como o vídeo em tempo real.

A Axians, integradora de soluções de telecomunicações, é um dos atores deste projeto, com a missão de realizar todos os testes para o bom funcionamento e integração dos novos equipamentos em questão. A marca TIC da VINCI Energies está trabalhando em particular com unidades de intervenção como o RAID (Busca, Assistência, Intervenção, Dissuasão), a BRI (Brigada de Busca e Intervenção) e o GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmerie Nationale) para realizar testes de campo com os novos equipamentos conhecidos como “bolhas táticas”.

Trata-se de uma grande mochila alimentada por uma bateria que contém uma antena compacta, um núcleo de rede autônomo capaz de criar uma rede de rádio 4G em um determinado momento“, diz Le Jean. Estas bolhas táticas permitem às unidades de intervenção ter à sua disposição uma rede 4G completamente independente e segura que pode ser utilizada em todas as circunstâncias, inclusive em áreas sem cobertura existente. 

A Axians também está treinando policiais e gendarmes de elite para o uso deste novo equipamento.

Uma rede híbrida

Para cumprir o ambicioso cronograma de modernização da rede (a partir de 2024) e ter em conta considerações econômicas, o Ministério do Interior optou pela implantação de uma rede híbrida. 

Esta rede utiliza ao mesmo tempo a cobertura nacional em exterior das redes 4G para o público geral das operadoras e as soluções de resiliência de alto nível com as bolhas táticas. Este trabalho está sendo realizado em estreita colaboração com as operadoras, para que elas implementem funcionalidades e serviços dedicados às forças policiais, a fim de garantir a perfeita segurança e disponibilidade de suas comunicações críticas“, acrescenta Nicolas Le Jean.

Esta modernização da rede também está em andamento na maioria dos países da União Europeia e terá a vantagem de facilitar a harmonização dos sistemas de comunicação entre as forças de segurança pública de países vizinhos. 

15/04/2021